quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

- Ressaca da visita ao Brasil


Well well well, e rapidamente já acabou a nossa visita ao Brasil. Depois de imigramos, esta foi a primeira vez que voltamos a nossa terrinha. E confesso que fiquei de ressaca depois dos 10 dias brasileiros. Sabe quando você vai a uma festa, bebe um monte, come tudo o que é possível, diverte-se horrores, reencontra amigos, vive momentos nostálgicos e no dia seguinte tudo acaba?! Aí só lhe resta uma bela dor de cabeça e uma sensação de cabeça confusa, tudo somado a um sentimento de tristeza e de felicidade juntos... Então, foi assim que nos sentimos ao retornarmos ao Canadá, parecendo que havíamos bebido todas no dia anterior e havia sobrado o
cansaço, saudade, cabeça atordoada e tudo mais. Claro que amei rever as pessoas, principalmente meus pais. Estar com eles todos os dias foi uma delicia... Mas agora estamos com o dobro da saudades!!! O marido disse algo bem real: "depois de dois anos me acostumando com a ausência das pessoas queridas, vou ter que passar por isso outra vez e novamente me adaptar a saudade". 

A nossa ida ao Brasil foi esquisita, pois ao mesmo tempo que queriamos ficar mais tempo para rever as pessoas queridas, estávamos nos sentindo um pouco deslocados por lá. Querendo ou não, no Canadá já estamos com a nossa vida montada (ou pelo menos um pouco), enquanto no Brasil todas as nossas coisas estão empacotadas e aglomeradas no meio de um monte de caixas. Além disso, e super importante, a Jesse ficou no Canadá com problema de saúde. Como estávamos preocupados e angustiados com a situação dela, não queríamos ficar por muito tempo longe. Então mais uma vez ficamos divididos entre lá e cá... Mas enfim, foram 10 dias de curtição. 

E como foi... 

Assim que pousamos no aeroporto de São Paulo, desembarcamos no terminal novo, então não tivemos aquele choque que a maioria dos imigrantes brasileiros têm. Tudo novo e funcionando bem, com restaurantes internacionais espalhados e tudo mais. Meu amado pai já estava lá nos esperando. Depois de passar pelo portão, ver aquele sorriso lindo e receber o maior abraço do mundo, foi algo inexplicável!!!! (Obrigada pai por esta sensação de segurança que só você sabe dar) 

Aí já entramos no forno de 30°C que estava ao ar livre. Derreti em questão de segundos. Me livrei de toda a roupa possível do inverno canadense que estava vestindo. Logo coloquei uma rasteirinha, já estava de manga curta e sentindo a deliciosa brisa brasileira. Pegamos o caminho da casa dos meus pais e aí foi engraçado. Ver os telhados laranjas das casas desordenadas, muros pichados, plantas e árvores diferentes, carros com modelos que não tem no Canadá, tudo junto e misturado, não me trouxe nenhum sentimento negativo como a maioria das pessoas diz que tem. Eu em particular achei engraçado. Para mim, a paisagem pareceu diferente e familiar ao mesmo tempo. Foi esquisito. Não me senti em casa, e nem em um lugar estranho. Sem explicação. No mesmo dia ficamos com nossos pais, almoçamos e ficamos até de noite juntos batendo papo. 

E a semana passou, e rápido. Curtimos a família, vimos amigos, recuperei meu cabelo (danificado por profissional canadense), compramos coisinhas brasileiras, fomos a lugares que frequentávamos no passado e nos divertimos bastante. Claro que a maior parte do tempo foi uma nostalgia a solta, mas isso faz parte! 

E como planejado, comemos muuuuiito. Eu muito mais do que o marido. Mas tudo bem, pois fui para lá já sonhando com os quitutes brasileiros, o que me rendeu 1.5kg a mais em peso de recordação! De toda a minha lista, só não comi a feijoada, mas perdoado, pois comi um delicioso feijão carioquinha caseiro com mandioca frita, bolinho de arroz, farofa, picanha, e ainda acompanhado de guaraná antártica!!! Tudo numa refeição só! (Acho que 1.5kg foi até pouco por tudo o que eu comi). 

Fomos ao casamento do meu cunhado, que foi ótimo. Vimos mais amigos antigos, conhecemos outros novos, dançamos muuuuito, e claro, mais bebidas e comidas (rsssss). 

Todos os dias foram ótimos, mas um em particular foi especial. Minha amada mãe fez um brunch para recebermos alguns amigos e tios na casa dela. Como o tempo foi super curto, tentamos reunir umas pessoas de uma vez só. Até os noivos recém casados foram! Foi ótimo. A única parte triste é que com tanta gente não conseguimos dar muita atenção às pessoas. Marido e eu nos dividimos ao máximo, mas admito que foi difícil colocar o papo em dia. Aliás, ficamos longe disso. Enquanto um lado meu ficou triste demais com a falta de atenção que demos aos amigos, outro lado meu (e bem egoísta) ficou feliz em poder ter ao menos olhado um pouco aqueles rostos familiares e abraçado todas aquelas pessoas especiais. Foi pouco tempo, mas cada segundo valeu por uma eternidade. Coitadas das visitas que mal conseguiram ficar com a gente. Mas para mim valeu muito a correria!!! 

Para concluir, o que achamos desta visita ao Brasil??? Bem, claro que ver a família e amigos foi maravilhoso! Mas admito que me senti meio perdida por lá. Refiro-me ao trânsito, às pessoas, e até mesmo ao idioma. Já me acostumei com o "som ambiente" em inglês, o qual facilmente passa despercebido no dia a dia quando é conveniente para mim. Ouvir português atualmente é algo que me chama a atenção, por isso, escutá-lo o tempo todo me deixou doida. Inevitavelmente, eu prestava atenção em tudo ao redor, e nos dois primeiros dias fiquei atordoada com tanta informação simultânea. Mas depois isso passou. E o trânsito então??? Nossa, não sei como convivi por tanto tempo naquela bagunça. Quando morava no Brasil, eu trabalhava na maior parte do tempo externa, ou seja, no trânsito. Claro que eu sabia que era estressante, mas hoje acho impossível conviver com aquela muvuca cheia de motoboys e carros mudando de fila sem parar! Um verdadeiro trauma!!! As pessoas continuam as mesmas, ou seja, tipicamente brasileiras. Sorriso no rosto, gente berrando para todos os lados (que é algo bem brasileiro), correria constante e a simpatia típica do povo. Na minha opinião, como turista, foi bom ver este tipo de gente. Andar na avenida Paulista como visitante sem ter que visitar clientes foi muito agradável. Até o MASP me pareceu mais bonito :)

Turistando em São Paulo com Papai e Mamãe
E os dez dias se passaram. Voltamos para o nosso atual apartamentozinho canadense, pegamos a nossa amada Jesse, e retomamos a rotina novamente. Mas uma coisa é certa, foi extremamente difícil retomar o dia a dia e o ritmo. E até o inglês engripou no começo (rssssss). 

Nesse meio tempo, a Jesse ficou em uma casa de família que funciona tipo daycare. O valor da diária é o mesmo que o de hotel para pets, com a diferença que ela ficou em uma residência vivendo com uma família. Nós preferimos isso a um hotel/clínica, pois acreditamos que ela fica mais calma em um ambiente residencial sendo mimada por pessoas no dia a dia comum. Não foi a primeira vez que a deixamos nesta casa. Eles também tem cachorros e acabam a tratando como mais um membro família, e ela adora! No fim das contas, para a nossa alegria ela ficou bem nesse período e tudo deu certo. Achamos que ela até ficou melhor. Talvez as férias dela também tenham renovado as suas energias. Ufa! Estávamos super apreensivos!!!  

Enfim, estamos de volta à nossa vidinha canadense. Tenho que confessar, aqui me sinto mais calma, mais saudável, mais parte do contexto. E apesar de eu adorar o Brasil e amar a minha família incondicionalmente, atualmente me sinto melhor aqui no Canadá.

chegada Canadá
chegada Canadá

2 comentários:

  1. Oi Priscilla!
    Parece que aproveitaram bastante! Que maravilha!
    Trabalho no centro do Rio e ano passado, quando fiquei um mês nos EUA (olha que não foi muito), senti o mesmo ao retornar as atividades, ou seja, como consigo conviver com toda essa loucura (trânsito, violência, bagunça...)
    Estamos aplicando para o processo imigratório daí... vamos torcer! Queremos realmente qualidade de vida!
    Boas festas para vcs e 2015 de muita luz!
    bj,
    Joice

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Joice
      Sei bem como é esta loucura. Pelo menos eu sabia rssss.
      Espero que dê tudo certo no seu plano de vir. Felicidades e conquistas em 2015!!!
      Um abraço
      Priscila

      Excluir