domingo, 27 de janeiro de 2013

- Comida: um desafio do passado, presente e futuro







Comida em Vancouver


O assunto comida sempre foi algo que me preocupou nesta história de imigração. Como nunca li nada a respeito deste assunto em relação ao Canadá, esta questão teria que ser resolvida por conta própria.

Por isso, neste fim de ano aproveitei para tentar umas invenções enquanto estive em Vancouver. Mas nada deu certo! Só alimentos prontos. E é exatamente disso que quero fugir, dos excessos das opções industrializadas à disposição.

Sofri muito para achar temperos bons. As únicas coisas que eu encontrava eram pimentas, pimentas e pimentas. De todos os tipos, cores e tamanhos. O máximo que consegui parecido com o Brasil foi o caldo Knorr, desta marca mesmo.

O preço então, nem se fala. Frango, carne vermelha e peixe tem praticamente o mesmo valor. Mas não balizado para o mais baixo, e sim, para o mais alto. Nos locais em que eu fui (e não foram poucos), o preço médio do peito de frango ficava entre CAD$ 15,00 e CAD$ 20,00 (mais ou menos de R$ 30,00 a R$ 40,00). Na hora que eu vi isso, olhei para o Mauricio e disse F * * * * !!!! Os valores de hortifruti são similares ao do Brasil. Algumas coisas são bem mais caras e outras o contrário. Pelo que observei, a conta final seria a mesma. Mas isso não é nenhuma boa notícia, porque eu acho que isso também é muito caro no Brasil, pelo menos em São Paulo.

Os alimentos industrializados estão disponíveis em uma variedade bem maior. Para quem gosta de cereais matinais, é o lugar certo. Leite, iogurte e cream cheese também são fáceis e mais baratos. Comidas prontas tem para todos os gostos e bolsos. O negócio é viver de Campbell, que são extremamente acessíveis. Sopas grandes custam em torno de CAD$ 2,00. Chocolates e cookies serão problemas para mim, que sou fã destas coisinhas. O famoso feijão não é raridade, pelo contrário, tem mais opção que no Brasil, dá até para montar um arco-íris com os que existem. Só que não tem sazon (rsssss).

Vancouver deve ter mais asiático do que a própria Ásia, por isso, comidas típicas destas culturas são fáceis de encontrar. Em geral, os mercados têm setores enormes só com especiarias da culinária desta região. Para quem gosta, pode ficar tranquilo.

O que achei legal é que em todo supermercado as opções de produtos "à granel" são muitas. Normalmente eles têm uma espécies de "ilha" com vários e vários itens que você pode pegar por kilo. Sai mais em conta e, apesar não saber qual é marca, a qualidade é muito boa. Para se ter uma idéia, foi em uma desta ilhas que encontrei amido de milho, porque a nossa famosa Maizena da caixinha amarela, nem pensar.

Aliás, esta é uma nova aventura no aprendizado do idioma inglês. Saber o nome dos itens mais específicos, só com celular ao lado usando o Translate Google, que nestas horas, vira um grande aliado.

O lado bom de não conhecer absolutamente nada, é que você passa a não ser tão vítima do marketing. Basta pegar o produto mais barato e pronto! Como não se conhece nada, você passa a abrir mão da tal "marca preferida" ou "líder de mercado" e arrisca tudo. O que vale é o preço e a validade. A qualidade será definida por você na hora do consumo. É literalmente um teste cego, o que te deixa protegido do impulso e das armas da propaganda.

Marqueteiros de plantão que me desculpem, mas desta vez, eu farei as minhas próprias escolhas. Pelo menos até que eu assista mais TV e me renda novamente à guerra dos comerciais. Não levem para o lado pessoal, também sou formada em marketing e conheço muitas ferramentas de convencimento do consumidor, e mesmo assim, sempre me deixei levar pelas estratégias e truques!!!





Culinária, um desafio pessoal









A cozinha sempre foi um enorme desafio para mim. Não sou uma chef de cozinha muito boa, para ser honesta, estou longe de ser uma simples cozinheira. Admito: sou estabanada e não levo o menor jeito para a coisa.

Mas ainda assim, sempre tentei fazer comidinhas para o maridão. Na correria do dia a dia, considero importante ter um "momento família", por isso, sempre fizemos questão de jantar como o costume tradicional (comida caseira e sentados à mesa). O único problema disso tudo é que sou super dedicada ao trabalho, e conciliar o lado profissional com o lado dona de casa sempre foi um problema para mim. Para cuidar da casa sempre tive uma ajuda extra de uma secretária doméstica, mas a cozinha é algo que resolvi assumir. Eu gosto disso pelo simples fato de saber que estou me dedicando ao meu marido, que ironicamente, às vezes sofre com os resultados (rsssss).

Para tudo o que faço, invisto muita dedicação. Não me proponho a fazer nada que não seja para fazer direito. E como não podia ser diferente em casa,  me esforço para fazer a cozinha funcionar, mas para ser bem realista, na competição "woman x food", a comida em geral ganha de mim. Este é um dos meus pontos negativos.

Então, como as minhas receitas não são muito boas, eu me apego à aparência. Sempre que posso, monto os pratos bem bonitinhos... para compensar o sabor!!!!

Admiro muito aquelas pessoas que pegam uma receita e conseguem adaptá-las de acordo com o próprio gosto ou com o que tem na geladeira. Eu sou do tipo que "segue a receita nos mínimos detalhes", e sigo na íntegra mesmo. Por isso, eu quero morrer quando leio "sal a gosto", ou quando alguém explica uma receita e diz "coloca um pouco disso, um pouco daquilo".  O que significa "um pouco"???? Existe expressão mais vaga do que esta? Sobretudo na cozinha onde existe milhares de unidades de medida. Eu sempre penso: "Um pouco da xícara? Um pouco da colher de sopa? Ou seria da colher de chá?  Um pouco do copo?". Resumindo, esta história não funciona!!! Eu preciso de quantidades exatas, incluindo o tempo de cozimento ou forno. Diabos! Sou arquiteta!!!

Vou ser honesta, aquelas receitas de TV não dão certo. Sempre terminam cheias de gordura ou super açucaradas, credo! Já pensei várias vezes em mandar uma carta para a Ana Maria Braga e dizer: "faça uma disputa entre chefs para comidas saudáveis e rápidas". Mas aí lembro que só assisto o programa dela em feriados, então mesmo que aceitasse a minha sugestão, eu não assistiria. Quem tem tempo hoje de fazer aquelas comidas de três dias??? Ainda bem que existem restaurantes ótimos por aí para saborearmos estas coisas difíceis.

Sabe aquela história que dizem por aí "tem que ter mão para cozinhar"? Acredito fielmente nesta frase. Para mim já ficou claro, a cozinha é lugar para quem entende, porque vamos admitir, é uma alquimia!!! Sem falar na bagunça depois que termina tudo. Sou do tipo que usa todas as bocas do fogão para fazer um único prato. Sei que não faz sentido, mas comigo as coisas terminam assim, em uma pia cheia de panelas, colheres, travessas, facas de todos os tamanhos e, um único prato servido na mesa. Vai entender!

Mas enfim, independentemente disso, continuo insistindo em fazer refeições familiares em casa. Mas nada sofisticado. Sei uns 10 tipos de pratos e só. Coitado do maridão que tem que repetir sempre (rsssss). E os ingredientes? Em geral os mesmos. Eu e o Mauricio faremos 5 anos de casados, e este foi mais ou menos o tempo que precisei para definir quais os temperos e marcas que eu gosto para fazer as minhas receitas.

No começo da nossa vida a dois eu ia ao mercado e comprava todos os tipos de temperos que existiam na prateleira, e quando digo todos, acredite, todos mesmo! Cada vez que eu ia fazer uma comida, testava um. Foi um Deus nos acuda nesta época. Mas no fim, consegui chegar nos que mais me agradavam, sendo saudáveis e saborosos. E nesta história toda, de uma coisa tenho orgulho, nunca comprei uma garrafa de óleo, nunca fritei nada, um tablete de margarina dura uns 6 meses, açúcar somente para o café das visitas.

Apesar de querer manter um lado tradicional na nossa enorme família de duas pessoas, o modo de cozinhar eu tento modernizar ao máximo. As minhas comidas são suuuuuuper práticas. Minha mãe sempre fica indignada quando falo como faço o meu arroz, o meu feijão, meu creme de milho... Ela nunca acredita que terminará dando certo. É óbvio que o resultado não é igual ao prato da vovó, mas quebra um galho e dá para viver. Para as comidas do dia a dia, tive que testar muitas formas de fazer para chegar num modo que fosse razoavelmente agradável, saudável, prático, sem ter que gastar fortunas. E mais do que isso, sem perder alimentos, porque isso é uma coisa que realmente me chateia. O lado bom de saber pouco, é que as compras são bem racionais, sem excessos e produtos à toa.

E o engraçado disso tudo é que quem vê a minha cozinha acha que sou profissional, pois neste ritmo de querer fazer direito, acabei comprando todo o tipo de instrumento que pode existir para qualquer culinária. E olha que uso tudo!!!!

Bom, imagina fazer isso tudo em outro país? Ter que começar tudo outra vez??? Testar tudo novamente? Está aí mais um desafio e uma coisa para ter que se adaptar. E certamente não será fácil. E para piorar, vivemos de dieta... o que reduz ainda mais o leque de opções na escolha nas nossas refeições.

Mas como já sabemos, nada será fácil!






Famoso feijão!


Primeira corrida ao mercado




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